Alunos da Escola Félix Araújo viram autores mirins com o Projeto SuperAutor
Na Escola Municipal Félix Araújo, em Campina Grande (PB), um grupo de estudantes viveu uma experiência FAN-TÁS-TI-CA: eles escreveram, ilustraram e finalizaram suas próprias obras. Essa experiência aconteceu por meio da metodologia do SuperAutor, uma iniciativa nacional que transforma crianças em autores e já passou por milhares de escolas em todo o Brasil.
Como o projeto chegou à escola pública
O SuperAutor existe há anos, mas sua implementação era mais comum em escolas privadas, já que dependia do financiamento da impressão dos livros. Levar o projeto para a rede pública exigiu persistência.
A determinação do professor João Ademar, que lidera ações de inovação na Félix Araújo, foi fundamental para implementação do projeto na escola. Ele conta que precisou insistir diversas vezes até que a empresa abrisse a parceria. Quando isso aconteceu, foi através do Clubinho de Aprendizagem Criativa (educo.work), espaço onde os alunos já exploravam leitura, tecnologia, robótica e até empreendedorismo.
“Isso vai além do mercadológico da empresa. Argumentei assim. O mais importante é ver que eles se sentiram capazes. Se ver autor é sentir pertencimento, é acreditar que podem criar. É trazer empoderamento”, disse João Ademar.
A aventura literária por dentro das turmas
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| Professora Rosângela/Foto: Eli Marques |
O 1º ano desenvolveu uma história coletiva, composta por ilustrações individuais, coloridas digitalmente. Já o 2º ano também desenvolveu um texto coletivo, mas cada criança fez suas próprias ilustrações, resultando em 27 livrinhos.
Quanto ao clubinho, que é composto por estudantes do 4º e 5º ano, produziu um livro completo do zero, com capa, texto e ilustrações. Nessa turma, os alunos refizeram esboços, trabalharam estruturas e, junto ao professor, transformaram as ideias em prompts de IA para finalizar as artes. A experiência resultou em 11 livros concluídos.
Parceria que contou com apadrinhamento
Houve um desafio: muitas famílias não tinham condições de pagar pela impressão dos livros. Mas surgiu uma solução especial: Félix Araújo Neto, neto do patrono que dá nome à escola, decidiu apadrinhar o projeto junto com sua família e financiar a edição dos livros do Clubinho.
O gesto, real e leal à história de seu avô, como citado pelo professor João Ademar, vai garantir que 11 jovens autores recebam seus livros impressos agora no final do ano. Um momento simbólico de reconhecimento e orgulho para toda a comunidade escolar.
O impacto: autoestima, pertencimento e orgulho
A professora Lilian, dos anos iniciais, destacou o quanto os alunos cresceram com essa vivência:
“Eles aprenderam muito, se desenvolveram e se encantaram com a ideia de ver o próprio livro nascer.”
E como foi essa experiência para os alunos? Orgulho os define.
Veja o que disse a animadíssima Nathally, com brilho nos olhos:
“Significou uma coisa muito FAN-TÁS-TI-CA! Eu amei ser uma SuperAutora.”
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| Professora Lilian e a aluna Nathally, do 2º ano/Foto: Eli Marques |
A mesma alegria aparece no depoimento de Anna Cecília, do 4º ano, autora do livro Um Robô Criativo:
“A gente desenvolve muita imaginação. Eu inventei uma história de robô e meu tio [João], que me ajudou, ficou muito orgulhoso. […] E a minha obra pode chegar no muuundo todo. Vou ser conhecida no mundo todo!”
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| Aluna Anna Cecília, do 4º ano/Foto: Eli Marques |
Já Anderson Bruno, também do 4º ano e autor de “Meu Robô Favorito”, afirmou não ver a hora de repetir a experiência:
“Foi muito divertido! Foi a primeira vez que fiz um livro e, se tiver outra oportunidade, eu faço de novo.”
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| Professor João Ademar e o aluno Anderson, do 4º ano/Foto: Eli Marques |
Muito mais que um projeto
Mais do que uma atividade escolar, o projeto despertou algo essencial: um exercício de pertencimento, autoestima, criatividade e afeto. Foi um exercício de acreditar, e se reconhecer, como capaz.
Como resume o professor João Ademar: “se ver criador é algo divino”.
Que mais oportunidades como essas possam surgir em escolas públicas. E que cada criança possa abraçar as suas próprias ideias.
Reportagem Eli Marques




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