O que as crianças têm a ensinar sobre respeito no trânsito

É fácil termos um trânsito gentil!

Você já reparou como o trânsito pode virar um campo de estresse? Entre buzinas, pressa e barulho, a rua muitas vezes se torna um lugar tenso: motoristas no celular, motos passando no vermelho, escapamentos que tiram o sono da vizinhança.

Mas e se a gente olhasse para esse cenário pelos olhos das crianças?

Alunos do 3º, 4º e 5º anos da Escola Municipal Félix Araújo participaram de uma atividade sobre gentileza no trânsito. A partir dessa experiência, o professor João Ademar ouviu relatos e ajudou a organizar ideias que mostram como pequenos gestos de respeito podem tornar o caminho mais humano e seguro para todos.

Histórias que ouvimos

Alguns depoimentos mostram como o desrespeito se transforma em dano. Relatos que mostram desde negligência até agressão e imprudência. Cada história tem um rosto, e isso pede solução.

“A gente ia pra uma tapiocaria. O sinal ficou vermelho. Duas mulheres na moto passaram no vermelho e a câmera pegou.”

Ultrapassar o sinal vermelho não é gentil!

“Eu e meu pai estávamos andando no meio da rua e um carro bateu e bateu na mão do meu pai. Horrível!” 

“Teve um homem que passou de moto sem capacete, bateu a cabeça num poste… ele ficou ferido, desmaiado. Morreu. Que coisa triste.”

Nem buzinar sem necessidade!

“Quando eu vinha pra escola, vi dois caminhões e um carro batido. O carro foi pior. O pior é quando dá briga no trânsito.” 

“Eu vinha de moto com meu pai. Paramos bem direitinho na faixa de pedestres. Aí veio uma outra moto, cortou a faixa e quase atropela em moça que estava atravessando. Que feio!”

“Animal na pista é muito perigoso; um cavalo solto fez meu amigo deslocar o braço.”

O que percebemos

Durante as conversas e entrevistas, surgiram várias causas para o estresse nas ruas:

  • Distração com o celular, mesmo parado no sinal;
  • Competição entre motoristas e motoqueiros;
  • Menores dirigindo sem habilitação;
  • Pessoas dirigindo após beber;
  • Barulho forte de escapamentos que atrapalha o sono;
  • Cargas mal presas em motos (coisas grandes que não deveriam ser levadas assim).

Alyce, do 3º ano, lembrou que, em cidades pequenas, a falta de fiscalização deixa claro o risco de ver motociclistas sem capacete ou sem farol ligado, sinais de descuido que viram perigo.

Por que respeito importa no trânsito?

O trânsito é parte da nossa vida em comunidade. Pequenas grosserias como buzinar por impaciência, empurrar a fila, fechar passagem, têm consequência: ferem, assustam e podem provocar acidentes. Ser gentil na rua protege vidas: de pedestres, ciclistas, motoristas, idosos e crianças.

O que podemos fazer?

Ceder a vez ao pedestre e esperar com calma na faixa é gentil!

Da mesma forma, esperar a hora certa de atravessar a rua!
Respeitar pessoas com dificultades de locomoção é gentil!
E o lugar adequado para pedestres circularem é a calçada!

Outras ideias práticas pensadas pelos alunos

  • Evitar o celular ao dirigir (ainda que esteja parado, nem que seja só por respeito ao outro, por exemplo, no semáforo);
  • Usar capacete e respeitar limite de carga (nada de levar fogão na moto!);
  • Não dirigir depois de beber;
  • Reduzir o barulho: evitar escapamentos muito altos;
  • Apoiar fiscalização e campanhas locais sobre segurança no trânsito;
  • Ouvir vítimas e testemunhas: histórias ajudam a transformar sentimento em ação.

Na escola, como aprender e ajudar?

Na escola dá para fazer campanhas com cartazes, encenações e simulações de travessia segura. Os alunos podem gravar vídeos curtinhos com dicas e publicar aqui no blog para compartilhar com toda a comunidade.

Escola (também) é lugar de aprender sobre trânsito!

Gentileza é atitude!

Se o trânsito reflete nossas relações, a mudança começa no cotidiano: um aceno, ceder passagem, olhar com atenção ao pedestre. Gentileza no trânsito não é só ser “bonzinho”: é preservar vidas, diminuir o estresse e tornar a cidade mais humana. Pequenas ações podem transformar muito.


Reportagem organizada de forma coletiva, a partir de atividades de Escritas Criativa, por alunos do 4º e 5º Anos da EMEF Félix Araújo
Desenhos feitos à mão livre digitalmente, também de forma coletiva, por alunos do 3º Ano. 
Edição de texto: Mídia Legal

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