Crianças que cantam e encantam com o Projeto Uirapuru

Criado em julho de 2022 pela Prefeitura de Campina Grande, em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o projeto Uirapuru oferece aulas de música para estudantes da rede municipal de ensino. Uma das escolas participantes é a Escola Municipal Félix Araújo, que já transformou a rotina das turmas do 1º ao 5º ano de uma forma diferente, lúdica e inspiradora.

Mais do que ensinar notas e ritmos, as oficinas usam a música como ferramenta de inclusão, concentração e aprendizado, mostrando que aprender pode ser tão divertido quanto cantar. 

Aula de música/Foto: Estefani Alves

O nome escolhido, Uirapuru, vem de um pássaro conhecido por seu canto lindo. 

“A zebra soltou a voz”

O repertório das aulas é amplo e diversificado. Além das canções do dia a dia, os alunos conhecem músicas de diferentes culturas, aprendendo a respeitar e apreciar a diversidade dos ritmos. 

As aulas são sempre lúdicas, pensadas para desenvolver ritmo, afinação, notas e tons que cada um possui. A aluna Ana Luíza de Almeida, de 8 anos, estudante do 3º ano, fala com entusiasmo sobre o que mais gosta: 

“A gente aprende cada vez mais quando o tio vem e ficamos muito felizes com suas aulas. Eu vejo meus colegas cantando e isso me incentiva.”

Ana Luíza/Foto: Estefani Alves

As atividades são adaptadas conforme cada turma: nos primeiros anos, o ensino é mais lúdico, uma vez que os alunos ainda não possuem domínio da leitura; já no 3º, 4º e 5º anos, a linguagem ganha traços mais técnicos. Em grupo, os alunos aprendem sobre cooperação e harmonia coletiva.

O professor também estimula apresentações individuais, para que cada criança descubra sua própria voz e desenvolva suas habilidades sozinha.

Ana Luiza conta que a música preferida da turma é “A zebra soltou a voz”, música usada para treinar diferentes técnicas vocais:

“A zebra soltou a voz. O jacaré se assustou...”

Quando a música começa, não tem conversa!

As aulas vão muito além da diversão. Elas ajudam os alunos a melhorarem o foco e a concentração, habilidades que se refletem também em outras disciplinas.

“Eu não converso na aula, presto muita atenção. Porque se eu for para alguma apresentação e eu não souber cantar, vai me prejudicar”, diz Ana Luíza. 

O professor Jackson Batista, responsável pelas aulas, também chamado pelas crianças de Tio Jackson, relata que, durante as atividades, muitas crianças desenvolvem o processo de escutar atentamente para, então, reproduzir e aprender.

Professor Jackson Batista/Foto: Estefani Alves

As oficinas também são essenciais para a inclusão e a interação dos alunos

“Eu tenho uma aluna do 5° ano, o nome dela é Vitória. No começo do ano ela não cantava, já agora, na metade do ano eu estou pensando em colocar ela para cantar sozinha, porque ela está com a voz muito bonita e ela tem um grau de autismo, e ver essa evolução é muito especial”, conta o professor. 

Assim como o pássaro que lhe dá nome, o projeto Uirapuru inspira crianças a soltarem a voz e acreditarem no próprio potencial.

Nas escolas, o canto coletivo ecoa como símbolo de aprendizado, diversidade e inclusão, mostrando que a educação também acontece em forma de música.

Professor Jackson fazendo diferentes testes vocais com os alunos/Foto: Estefani Alves


Reportagem: Estefani Alves e Débora Lima

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